Um novo começo, um outro fim

Quando eu decidi, há cerca de um ano, que iria trancar a faculdade de Direito depois de quatro anos, não podia imaginar o efeito que essa decisão faria na minha vida. Muita coisa mudou nesse tempo. Eu amadureci muito, cresci. Me tornei uma pessoa mais confiante e forte. Mudar não foi uma decisão fácil, em muitos momentos eu parei pra pensar no que estava fazendo, se daria certo. Se teria sucesso. Eu fiz uma aposta muito alta, joguei todas as minhas fichas em apenas uma jogada. Graças a Deus, estava no meu dia de sorte.

Hoje, depois de aprovado no vestibular da UFMG e aguardando o inicio das aulas na Fafich (Comunicação Social) me sinto muito mais tranqüilo. Lendo mais uma vez os ótimos textos da Hilda, vi lá uma frase do Chico Xavier. "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim". Eu já conhecia essa frase, mas não tinha me dado conta que era exatamente isso que tinha feito na minha vida. Comecei de novo por não poder mudar o q já havia acontecido.

Engraçado que foram exatamente as coisas que aconteceram que me capacitaram mais pra poder absorver todo conhecimento que será oferecido a mim na UFMG. O que eu queria mudar é justamente o que me torna mais apto a vencer na área que eu sempre sonhei em trabalhar. Desde o meu primeiro vestibular eu pensei em fazer Jornalismo, Comunicação Social. Entretanto, não era maduro o suficiente para estar em uma faculdade. Deus escreve certo por linhas tortas, e ao me ajudar a escolher Direito primeiro, Ele estava me preparando para não desperdiçar a chance de aprender quando decidisse mudar para Jornalismo.

Ainda tenho muito o que melhorar em mim, muita coisa pra aprender, mas hoje me sinto menos acomodado. O simples fato de estar escrevendo e colocando meus textos pra todos lerem foi uma mudança. Porque vontade sempre existiu, mas a coragem sempre me faltou. Tenho vontade de criar, ser ativo e criativo. Por isso falei antes que não tinha idéia do efeito q essa mudança teria na minha vida, porque além das coisas que eu esperava vieram outras que me surpreenderam e me fizeram ainda mais feliz. Novas idéias, novas pessoas, novos amigos e novos lugares que ainda hei de conhecer. Ainda não sei qual será meu fim nesse novo caminho, mas dessa vez estou gostando muito mais da paisagem...

Metade

(Oswaldo Montenegro)

E que a força do medo que tenho, não me impessa de ver o que anseio. Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos nem a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Que a música que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que tristeza. Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante. Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor,apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço. Que essa tenção que me corroe por dentro seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, que o convivio comigo mesmo, se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba. E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer. Porque metade de mim é a platéia, e a outra metade é canção. E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor, e a outra metade...também.

Vamos Brincar de Mês?

Essa semana eu entrei no blog de uma pessoa, não me lembro quem. Acho q foi através do “Lições de Coisas” da Hilda. Lá tinha um post falando sobre aquela brincadeira de criança q a gente tinha q adivinhar o mês q a pessoa escolhia. Bom, não preciso explicar muito. Quase todo mundo brincou disso. O importante é a pergunta que faziam pra quem acertava: “o q vc quer da vida?”. No Blog a pessoa comentou que parou pra pensar na pergunta depois de tanto tempo. Confesso que me fez parar também. O que eu quero da vida?

Hoje me sinto livre pra responder com toda certeza do mundo: NÃO SEI!!! Acho que planos pra vida, pro futuro, são importantes. Mas eles não tiram a liberdade de viver o momento? Se seguirmos a linha que traçamos com antecedência para a nossa vida, deixamos de aproveitar o inesperado, a novidade. Porque planejamento é isso, prever o que vai acontecer para estar pronto para agir no momento certo.

Não quero estar preparado pra viver uma coisa que sei que vai acontecer, quero estar preparado pra simplesmente viver. Preparado para fazer as minhas escolhas, pra aprender com os meus erros. Ensinar com os meus acertos. Pelo menos uma coisa eu já sei e depois que aprendi foi uma das coisas que me fez mais contente. Não preciso de dinheiro para ser feliz. Claro que preciso de dinheiro pra pagar as contas, ninguém vive sem isso. Mas é só isso que quero pra mim. Dinheiro é bom, se vier claro que quero, mas não precisa ser em excesso.

Eu sei que tudo que falei parece piegas, mas veja bem. Pare pra pensar. Não é. O mundo hoje nos cobra cada vez mais cedo. Temos que estar preparados pra enfrentar o mundo muito novos. A concorrência começa na escola. O vestibular quase nos mata e quando vemos já formamos na faculdade. Estamos sozinhos e temos que nos virar. Não quero isso pra mim. Quero fazer as coisas com amor, não com obrigação. Quero viajar, conhecer o mundo. Mesmo que sem sair do lugar. Como diz um amigo meu, não quero q o mundo me conheça, quero apenas conhecê-lo. Quero ser fiel aos meus sonhos. Amar com intensidade e ser amado da mesma maneira.

Por isso digo q ainda não sei o que quero da vida. Quero simplesmente seguir o fluxo. Não serei um vagabundo, claro. Sei das minhas obrigações. Sei o meu objetivo e sei o caminho que quero seguir na minha vida. Obviamente tenho que ter um ponto para me orientar. Só quero poder parar pra apreciar a paisagem, tomar desvios. Quero poder olhar pra trás com a mesma felicidade com que olho pra frente. E chegar ao fim da minha vida com a sensação de dever cumprido. Quem ler esse texto vai pensar: “E você acha q só você quer isso?”. Mas diz aí? Levantem a mão. Quantos de vocês teriam coragem de fazer isso? Não se culpem por não ter. Eu também não sei se tenho. Por isso continuo sem saber o que quero da vida.

"Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde outros foram" Alexander Graham Bell